Este texto faz parte de um artigo que desenvolvi como exercício na cadeira de Trabalho Multidisciplinar, que eu cursei em junho de 2012, no curso de Engenharia Civil na Univates - Lajeado - RS.
1
INTRODUÇÃO
“Quem conhecer as coisas nas origens, terá a
melhor visão delas.”
Aristóteles
(384-322 a.C.)
Não podemos enxergar a
luz. Nós enxergamos tudo o que a luz reflete, mas não a luz propriamente dita.
Sem luz não vemos nada ao nosso redor e nos sentimos paralisados, sem ação.
A história mostra que no
início da sobrevivência humana a luz natural era a que norteava o indivíduo.
Com a descoberta do fogo, o homem passa por um processo de evolução. Sendo
assim, entra em cena a luz artificial.
A luz artificial dá o
suporte à luz natural, a luz do sol, do dia. Atualmente o espaço é projetado
buscando utilizar ao máximo os condicionantes da luz natural em busca da
sustentabilidade. Porém, é a luz artificial que dá o suporte quando a primeira não
atinge os níveis luminotécnicos adequados para as funções que serão realizadas nos
espaços projetados. E ainda, ilumina a noite, possibilitando a vida noturna.
2
JUSTIFICATIVA E DESCRIÇÃO DO MÉTODO
O presente artigo se
justifica pela importância do tema no processo de desenvolvimento da humanidade
como um todo. É de fundamental importância conhecer a história da busca
incessante do ser humano pela luz artificial, o desenvolvimento de novas
tecnologias e os impactos que elas trouxeram ao dia a dia da evolução humana.
Neste artigo, percebe-se o
quanto importante foi o fato da descoberta de que o homem podia acender o fogo
através da observação da natureza. Esta descoberta, em simples análise, nada
mais é do que o inicio da evolução tecnológica do homem.
O método utilizado no
presente artigo foi descritivo, onde se buscou apresentar uma síntese do estudo
obtido através de pesquisa bibliográfica feita com leitura de livros, apostilas
obtidas em cursos e aulas universitárias, bem como, com o auxílio da internet.
3 A EVOLUÇÃO
Em busca da sobrevivência
no seu habitat, o Homem paleolítico (2.000.000 a.C. a 10.000 a.C.) primeiramente
descobre como manter aceso o fogo, que surgia naturalmente na floresta, a fim
de criar um espaço de conforto térmico e visual nas noites. Posteriormente, batendo
duas pedras e vendo faíscas, entende que pode acender o fogo e, deste modo, passa
a iluminar suas noites escuras, privilégio que havia somente quando iluminadas
pela lua.
Foi desta forma que o
Homem passa a fabricar artificialmente a sua forma de iluminar, obtendo uma
nova maneira de viver no seu espaço. O fogo foi à grande descoberta para uma
virada na evolução do homem.
Mais tarde, acendendo o
fogo para assar um animal, percebe que a gordura que pingava na brasa, fazia
aumentar a chama. Então, começa a usar os óleos animais e vegetais junto com
fibras naturais para manter o fogo aceso por mais tempo nas “luminárias de
pedra”, na Era Neolítica (10.000 a 4.000 a.C).
Foi com o domínio do fogo,
que o homem passa a ter mais conforto, mais segurança nas noites escuras,
permitindo que pense e observe melhor tudo a sua volta, tendo novas idéias e
descobertas. Passa a usar outras matérias como conchas marinhas, chifres de
animais e pedras com cavidades naturais para iluminar, chamadas de “lucernas[1]”.
Novamente observando o fogo no chão, viu que o fogo secava a argila e a deixava
com maior rigidez. Com isso passa a produzir as “lucernas cerâmicas” e outros
artigos. A luz já permite então, a introdução da arte na vida das pessoas.
Com a evolução do Homem, conseqüentemente,
evolui as técnicas para acender e manter o fogo. Passa a usar o ferro, prata e
o ouro para a fabricação de lucernas cada vez mais elaboradas, seguras e
eficientes. Surgem as tochas[2]
feitas com pedaços de madeira encerrados com a terebintina[3]
e com elas, passou-se a transportar a luz. Outro fato importante para a
iluminação é que o homem percebe que quanto mais alta a tocha ficava, maior a
superfície iluminada. Assim surgiram os castiçais que ajudavam a elevar a chama
da luz. As cidades do Império Romano usavam as tochas para a iluminação pública
em eventos importantes e para iluminar caminhos por onde passavam as carruagens
e cadeiras de transporte dos ricos da época.
Por volta de 3.000 a.C.
foram descobertas as velas de bastão no Egito e na Grécia. Feitas com a gordura
animal agora em estado pastoso (sebo), não mais líquido e, posteriormente, com
a cera de abelha e outros ingredientes. Cada um originando novas descobertas,
como por exemplo, a cera que originava uma chama mais brilhante que o sebo. Na
Idade Média as velas eram artigos de luxo colocados em detalhados castiçais de
prata e madeira.
Nesta época, derivadas dos
castiçais, surgem as lanternas metálicas, que com o auxílio de suportes passam
a ser penduradas nos muros das casas.
Por anos foram sendo
aprimoradas as técnicas para manter o fogo acesso para iluminar. Ainda buscavam
soluções para a fumaça e o odor dos óleos, já que os queimadores até então,
eram abertos.
Esta situação perdurou até
o ano de 1783, quando o suíço François
Pierre Ami Argand[4]
descobriu que ao se colocar um cilindro de vidro sobre um queimador, a chama
tornava-se mais eficiente (iluminava equivalente a 6 velas). A lâmpada de
Argand, como passou a ser conhecida, era composta por um pavio inserido num
cilindro de vidro, por onde passava uma corrente de ar, que por sua vez,
auxiliava na combustão da chama, que ficava mais estável, mais brilhante e
gerando menos fumaça e odor. Criou-se então a lâmpada a combustível. Essa
invenção permitiu criar lustres mais seguros que iluminavam platéias de
teatros, residências e palácios.
Mas foi em 1792 que o
escocês Willian Murdoch[5]
através de uma experiência com a destilação de carvão fóssil armazenou o gás
obtido e iluminou a sua casa. A iluminação a gás foi de grande importância para
a iluminação pública, pois gerou maior segurança para a sociedade e permitiu
prolongar o horário social das pessoas, além de ser um grande passo para o
desenvolvimento das indústrias. A iluminação a gás possibilitava um maior
controle da luz e tinha uma luz mais intensa, um candelabro a gás equivalia a
luz de 12 velas.
No século XIX, no ano de
1859 foi descoberto o primeiro veio de petróleo na Pensylvânia, pelo norte
americano Eldwin Laurentine Drake. E passou-se a produzir a lâmpada de
querosene, pois a matéria era de fácil armazenagem e de custo mais barato que o
sistema a gás.
Com
as descobertas até então da luz, o homem já tinha noção da importância que esta
fazia em sua vida no dia a dia e que nem saberia mais viver sem ela. E por isso
a evolução da luz artificial não parava de ser pesquisada, aperfeiçoada e
continua até os dias de hoje.
Na segunda metade do
século XIX entra em ação a eletricidade. Alguns cientistas ao longo dos anos
chegaram a experimentos que geravam faíscas iluminadas pelas correntes
elétricas. Mas Thomas Edison[6]
foi o inventor da primeira lâmpada realmente prática no mundo, de viabilidade
comercial em 1879. A preocupação desta lâmpada era encontrar um filamento
resistente. A grande evolução da época, atualmente já está com os dias
contados. Na Europa foi proibida a sua comercialização em 2008 e, aqui no
Brasil, deverá ser extinta do mercado até 2015.
A lâmpada incandescente
tem uma luz amarela bonita, agradável, confortável, porém a maior parte da energia
gasta para o funcionamento dela é desperdiçada em calor ao invés de luz. Para
algumas pessoas o calor que esta lâmpada proporciona é agradável,
principalmente nos continentes frios, porém a questão atual é a eficiência
energética.
Atualmente a evolução das
lâmpadas vem sendo muito rápida. Depois das lâmpadas incandescentes vieram às
fluorescentes, as halógenas, a vapor e, estamos desvendando, as de LED[7].
Essas por sua vez, entraram no mercado em 1999 e prometem ser a revolução dos
próximos anos, pois são ricas em eficiência energética, durabilidade e
economia. É a lâmpada ideal para a atual evolução do mundo que busca a
sustentabilidade social e dos recursos energéticos.
4
A LUZ E O HOMEM HOJE
Hoje, a luz além de ser um
item apenas de sobrevivência na sociedade, tem ganhado espaço cada vez maior na
vida das pessoas. Ela não só ilumina, mas auxilia em tratamentos médicos, estimula
o melhor rendimento das pessoas no trabalho e cria um melhor ambiente para relaxar.
Ela é decorativa e emociona.
Existem pelo mundo,
cidades com vida 24horas, indústrias e empresas que funcionam dia e noite
devido à evolução da luz e, conseqüentemente, a evolução do ser humano. É
cientificamente provado que luz adequada para a função do espaço influi
diretamente na motivação para o trabalho e na concentração para o melhor
rendimento.
A sua diversidade de
cores, intensidades de luz e efeitos, criam cenários para todos os tipos de
espaços. Percebe-se a mudança no comportamento do ser humano em espaços mal
iluminados e bem iluminados.
A medicina usa os raios
infravermelhos em tratamentos de cromoterapia. Cada
cor tem reflexos orgânicos e psíquicos, devido aos comprimentos das ondas e a freqüência
de cada cor, que liberam a energia que atua no sistema do indivíduo. Outro uso
na medicina da luz é o LASER[8],
que apresenta características diferentes das outras fontes de radiação
existentes no nosso meio e é usado no tratamento de várias doenças.
A luz deixou de ser somente um ponto
específico no meio da sala para clarear. Ela tem funções psíquicas sobre o ser
humano. Ela condiciona as atitudes da sociedade e influencia a evolução do
homem.
[1] Lucerna: latim lucerna,
candeia, lanterna, vigília, guia, mestre.
[2] Tochas: Haste que
tem uma extremidade com substância inflamável, usada para iluminação ou
sinalização. [Química]
[3] Terebintina: [Química] Resina
extraída do terebinto e de outras árvores coníferas e terebintáceas
(anacardiáceas).
[4] François Pierre Ami Argand: (05 de julho de 1750 - 14 de
Outubro 1803) foi um físico
e químico suíço. Ele
inventou a lâmpada de Argand,
uma grande melhoria na lâmpada a óleo tradicional.
[5] Willian
Murdoch: (21 de agosto de 1754 – 15 Novembro de 1939) foi um engenheiro e inventor escocês.
[6] Thomas
Alvan Edison : (Milan, Ohio, 11 de
Fevereiro de 1847 — West Orange, Nova Jérsei, 18 de
Outubro de 1931)[1] foi um inventor e
empresário dos Estados Unidos que desenvolveu muitos dispositivos
importantes de grande interesse industrial.